VOTO CONSCIENTE Cheiros do campo nas receitas da vovó: Minhas tias centenárias

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3 de fevereiro de 2012

Minhas tias centenárias








No último final de semana fui visitar minha tia Nena e a prima Júlia.
Tia Nena, a caçula da família, completou cem anos em junho do ano passado.  
Minha prima mora com a mãe e cuida dela como as mães cuidam de um filho pequeno.
Agora, a relação se inverteu: Júlia devolve os cuidados, o carinho e a atenção que sempre recebeu da mãe.


 Em muitas famílias os filhos têm dificuldade em dar atenção aos pais idosos, pois precisam  conciliar esse tempo com as responsabilidades de educar seus próprios filhos, de administrar a casa, de estar com o marido/mulher e ainda dar conta do trabalho doméstico e/ou profissional. 
Julia não casou ou teve filhos, por opção. Todo o seu tempo e carinho ela dedica à mãe, que a chama de “mamãe” pois sabe que, agora, é ela quem precisa “obedecer”.
Fico encantada ao ver a forma como as duas se entendem  e se amam.
Convivi com minha tia quando criança e lembro-me da calma, tranqüilidade e amor com que ela nos tratava. Já contei aqui sobre os ovos de páscoa escondidos pela casa. Era uma alegria para nós crianças e para os adultos também.

Como viver até 100 anos de idade?

O que será que faz da minha tia Nena uma das exceções?
Minha tia é Adventista do Sétimo Dia. ( Minha mãe era Batista – como o prefeito Fortunati). Fui batizada aos dez anos na Igreja Batista da Floresta, da qual minha mãe era membro e  de onde mais tarde fui excluída. Sempre questionei o discurso que ia de encontro ao comportamento daqueles que se diziam "filhos de Deus". Não aceitei a expulsão  de um pastor que pedia aos "irmãos” que fizessem uma oração com mais fervor (tipo Assembleia de Deus). Hoje, os Batistas comemoram com os Umbandistas que, na minha época, eram tidos como “filhos do diabo”. Ensinamento com o qual eu  também não concordava. Atualmente não sigo qualquer religião e respeito a todas.  Mas continuo comparando os discursos com as atitudes, muito expecialmente dos “políticos religiosos”.O prefeito Fortunati diz que procura operar de acordo com a vontade de Jesus. Não me parece assim. Pelo que eu lembro do que lia na Bíblia e pelo que pastores pregavam nos púlpitos, Jesus não concorda com a mentira, pois ele a abomina. E Fortunati mantem uma ação de Embargos de Terceiros, sabendo que a compra do imóvel em questão foi feita de forma irregular e ilegal. 
Minha mãe morreu há mais de trinta anos, sem ter visto como  “o Senhor Jesus está no comando desta cidade”.

Informações sobre o caso, nos blogs:

http://eutambemacreditoemlobisomem.blogspot.com
http://vitimadalei.blogspot.com

Voltando à minha tia Nena.
Os Adventistas não comem carne de porco, por ser considerado animal impuro.

“Animais impuros, segundo a definição dada pela Bíblia e segundo o Alcorão, são animais dos quais não se pode comer de sua carne nem tocar em seu cadáver, de forma que se alguém o fizer, se tornará impuro. A Bíblia cita todos os animais impuros no livro de Levítico (chamado por judeus de Vayikrá ou Vaicrá), no capítulo 11,1-46, em uma passagem bíblica onde Deus fala a Moisés e Aarão”.- Wikipédia

8. Viva como um Adventista do Sétimo Dia. Os americanos que definem a si mesmos como Adventistas do Sétimo Dia tem uma expectativa média de vida de 89 anos; uma década a mais do que a média nos Estados Unidos. Uma das doutrinas básicas dos Adventistas é que, é importante cuidar do nosso corpo porque pertence a Deus. Isso quer dizer não fumar, não usar bebidas alcoólicas, e não abusar dos doces. Os Adventistas típicos seguem uma dieta vegetariana baseada em frutas, legumes, feijões e nozes; e praticam bastante exercício. Eles também valorizam muito a família e a comunidade.


Mas acima de tudo, minha tia Nena  tem o coração repleto de AMOR!
Amor pelas pessoas, pela natureza e pelos animais.
Ela dizia que o seu maior amor é por Deus.


 Tia Isa

Tia Isa ( esquerda) e tia Nena
Tia Isa era casada com o irmão da minha mãe. Ele faleceu bem antes da esposa, que viveu mais de cem anos e sobreviveu a várias paradas cardíacas. Sempre lúcida.
O que fizeram essas mulheres para alcançarem a longevidade que tantos desejam?
Carvão queimando para aquecer o ferro
Tia Isa benzia. Ela faleceu por volta de 1998. Recordo dela com um raminho nas mãos e rezando para retirar a doença de crianças e adultos. E funcionava. Até comigo, quando eu não estava bem.
Certa vez minha tia Isa foi visitar uma vizinha que tinha uma filha. Quando chegamos lá, a garota ( cerca de 12 anos) estava passando roupa com ferro à brasa. Ela perguntou se eu queria passar os meus cabelos, que ficariam bem bonitos. Com três anos de idade eu já era vaidosa, e aceitei. A menina colocou um pano úmido em minha cabeça e passou  o ferro.
Gritei de dor. Fomos imediatamente embora. Eu, com a cabeça em feridas!
Minha tia colocou banha na minha cabeça e benzeu. Diária e repetidamente tia Isa colocava "unguentos" nas feridas. Demorou, mas curou.
Minhas primas Dulcy e Eni também cuidavam de mim, enquanto minha mãe estava trabalhando.
Por anos eu lembrava daquela cena, com pavor. Depois esqueci, até mesmo o nome da adolescente.

Minha mãe

Dulcy e eu. Foto tirada frente ao espelho


             Minha mãe e tia Nena, a mais alta.


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