VOTO CONSCIENTE Cheiros do campo nas receitas da vovó: Artistas do Brasil

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15 de abril de 2010

Artistas do Brasil





Leny Eversong nasceu em 1920  
Olhando estrelas (Look for a star)

Por FFukushima
A música "Olhando Estrelas", versão de Paulo Rogério para "Look for a star", foi gravada por Leny Eversong em 1961, mesmo ano em que Roberto Carlos a lançou em seu primeiro LP, o raríssimo "Louco por você". A versão aqui apresentada traz pequenas mudanças na letra em relação à gravada por Roberto Carlos e posteriormente regravada, na época do auge da Jovem Guarda, pelo grupo Os Carbonos.
Leny Eversong (01/09/1920-29/04/1984) nasceu na cidade paulista de Santos, e ficou famosa pela sua potente voz e por cantar sem sotaque em inglês e francês, mesmo sem dominar os idiomas. Especializou-se em foxes norte-americanos. Em meados da década de 30, quando foi contratada pela Rádio Atlântica, adotou o nome artístico Leny Eversong, passando a cantar apenas em inglês. Por volta de 1937, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou como crooner em boates e cassinos. Teve passagens por diversas emissoras de rádio paulistas e excursionou pela Argentina. Nos anos 50 voltou a cantar músicas brasileiras, e gravou LPs, cantando em vários idiomas.
Foi na segunda metade dos anos 50 que Leny viveu o auge de sua carreira. Foi capa das principais publicações brasileiras e trazia a tiracolo uma invejável agenda internacional, incluindo Las Vegas, Nova York e Paris , cantando em grandes teatros e cassinos. "Leny foi a primeira brasileira a cantar em Las Vegas apenas por suas qualidades de cantora. A Carmen Miranda foi um caso extraordinário, porque foi para lá depois de fazer cinema. A Leny não. Foi sem filme, sem nada, cantando em inglês", compara a cantora Carminha Mascarenhas. No exterior, muitos acreditavam que se tratava de uma cantora norte-americana.
O seu maior sucesso foi o fox "Jezebel" (Shanklin), gravado pela primeira vez em 1952. No final da década excursionou pelos Estados Unidos, onde gravou "Leny Eversong na América do Norte", acompanhada pela Orquestra de Neal Heafti. Até o final dos anos 60, realizou oito temporadas só em Las Vegas. Gravou em 78 rpm na Continental e na era do LP na Copacabana ("A Voz de Leny Eversong", "Em Foco" e "Ritmo Fascinante") e na RGE ("A Fabulosa", "A Internacional" etc). Nos anos 60, participou de uma montagem da "Ópera dos Três Vinténs", de Bertold Brecht, e depois de um show no Canecão, no Rio.
Muito gorda, com os cabelos oxigenados e uma voz potente de contralto mas com bom alcance nos agudos, ela nunca chegou a ter, no Brasil, a popularidade de uma Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Marlene ou Emilinha Borba. No entanto, Leny impactava as platéias com suas interpretações em vários idiomas, tanto que gravou nos anos 50 um LP na Vogue francesa com Pierre Dorsey. Até o final dos anos 60, sua carreira ia bem, e participou até dos festivais da Record, defendendo músicas como "Lá vem o bloco" e "Anoiteceu", interpretada também por Roberto Carlos, que não a registrou em disco.
No início dos 70, porém, o seu marido teria sido sequestrado e nunca mais apareceu. Isso marcou tanto a sua vida que afastou-se da carreira, aparecendo esporadicamente em programas de televisão e eventos. Mesmo sendo uma figura tão interessante, talentosa e única no estilo, ela morreu em 1984, no total ostracismo, aos 64 anos, vítima de diabetes.

Confira a letra de Olhando estrelas:

Duas noites são teus olhos
Onde estrelas vão brilhar
Que ternura ver estrelas
Em teu olhar

Quero a noite dos teus olhos
Onde sempre há luar
Olho a noite das estrelas
Em teu olhar

Sei que sempre seguirei amor
Teus olhos a sonhar
Estrelas não tem mais fulgor
Do que a luz do teu olhar

Duas noites são teus olhos
Onde estrelas vão brilhar
Que ternura ver estrelas
Em teu olhar

Quero a noite dos teus olhos
Onde sempre há luar
Olho a noite das estrelas
Em teu olhar
Em teu olhar
Em teu olhar

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Nacionalismo e realismo socialista na música brasileira III - F. Viana, por Luiz Giani
http://www.youtube.com/watch?v=yEs939VL_II
De: luizgiani43 | Criado em: 24/08/2010

Frutuoso Viana compôs "Homenagem a Sinhô", em 1937, em virtude de sua luta em defesa da cultura popular. O homenageado, Sinhô, conhecido como o "rei do samba", viveu o último período de seu "reinado" na década de 1920 (Sinhô faleceu em 1930).
A economia mundial ainda estava abalada pelo "crack" da economia norte-americana. Enquanto lá se desenvolvia o império, em seu domínio mundial, aqui, o movimento nacionalista enfrentava os problemas de identidade e organização da economia e da cultura nacional e popular, de país dominado, periférico (terceiro mundo), na resistência à dominação econômica e cultural externas.
Dança de negros, corta-jaca (passo de samba rural), chula (variante do lundu, introduzido por escravos bantos), toada e samba estavam entre os motivos rítmicos que inspiravam as composições de Frutuoso Viana, no momento em que falar de música popular era falar de música folclórica, especialmente, negra e indígena, da área rural, pequenas cidades interioranas e bairros periféricos das grandes cidades. No Rio de Janeiro, grande parte dos músicos conhecidos como chorões eram negros e mestiços descendentes de africanos escravizados. Eles inventavam um modo de tocar próprio, nacionalizando gêneros europeus, como a valsa, o xótis e a polca, transformando-os em gêneros tipicamente brasileiros. Na origem do samba urbano carioca, misturavam-se a habanera cubana, o lundu (proveniente de Angola e Congo), a polca, o maxixe e o tango da Andaluzia. Assim, nossos tangos ou tanguinhos, das primeiras décadas que se seguiram à abolição da escravidão, eram sambas mesmo, que não podem ser confundidos com o tango argentino.
Neste vídeo, executo para você "Homenagem a Sinhô", valiosa contribuição de Frutuoso Viana para a estilização do samba, nas teclas do piano, tal como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth também o fizeram.
Dando continuidade a esta série de vídeo-aulas, você pode acessar o vídeoclipe IV, em torno do pensamento e obra de Cláudio Santoro, no qual interpreto a canção de ninar "Acalanto da rosa", em minha adaptação para piano solo. Originalmente, para canto e piano, sua autoria é de Cláudio Santoro e Vinícius de Moraes.
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Acalanto da Rosa, por Maria Lucia Godoy


por fksudo 
Maria Lúcia Godoy canta "Acalanto da Rosa" (Claudio Santoro/Vinícius de Moraes). Imagens que contam e brincam com a história de Ophelia e Hamlet.

Acalanto da Rosa, Santoro - Gilberto Chaves, tenor

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